Não era a minha intenção, mas percebi que o título desse texto tem um duplo sentido. E parece que o evangelho, como o título, tem polarizado duas interpretações. Um evangelho a preço de bala, daquelas que odiamos receber como troco, que não custam quase nada. Mas há quem se surpreendeu com essa interpretação, esses provavelmente pensaram em balas como munição de um revolver, que nos apresentaria um evangelho a custo de sangue. Qual é o da bíblia?
“Assim fica fácil! A custo de sangue, claro. Afinal, Jesus morreu por nós”. Mas a partir daí, qual o seu preço? Agora temos um cristianismo fácil e confortável? Cheio de prosperidade e bênçãos, sem cruz e sacrifícios?
Então, o que dizer dos apóstolos e os primeiros cristãos que morreram por causa da mensagem de Cristo, e para que ela chegasse a nós? E os muitos que morrem ainda hoje ou são perseguidos por professarem essa mesma fé?
Temos um evangelho bem confortável no Ocidente, mas ainda assim, não deve ser ao custo de um doce.
Para Jesus, o preço foi de cruz, e para nós é o mesmo. Sei que a bíblia nos garante que com Cristo o fardo é mais leve, mas Ele mesmo nos convida a carregar a nossa cruz. Ele nos convida a uma vida de renúncias. Renunciar aquela uma hora e meia em que poderíamos estar em qualquer lugar, mas escolhemos cultuar a Deus em comunhão com os irmãos, mas também renunciar a nossa mão e olho, se eles nos afastam de Cristo (Mateus 5), ou abrir mão de nossa própria família se necessário for, por amor a ele (Mateus 10).
Jesus não nos pede o básico, um pouco do nosso coração ou tempo. Jesus pede o nosso coração por inteiro, a nossa vida dedicada a ele no amor superior ao amor por qualquer outro. Um amor que nos torna completamente entregues a ele, que nossa vida seja para sua adoração e serviço, e que se assim não for, de nada serve.
Um evangelho a preço de bala, a preço de cruz, como foi com Jesus. Ao custo que for, até mesmo da vida, por amor a Deus.
Ariane Machado
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