domingo, 7 de agosto de 2022

Histórias de dores




Quantas feridas
Quantas palavras malditas
Ou palavras não ditas....

Tantas famílias
Abraços negados,
Agressões veladas,
Laços desfeitos

Corações dilacerados
Respirações ofegantes
A ansiedade domina

Domina a esperança que se vai
Futuro parece que não há...
Desistir é um caminho?
'Eu já não aguento'
Onde encontrar forças?
Nos abraços negados...?
A família... um refúgio?

Não...

Muitas vezes a família, o motivo
A família que agrediu a infância
Que conturbou a adolescência
Os sonhos, roubou
Entulhou problemas
Anulou o valor de um pai, de uma mãe
E a criança sozinha
Não sabe em quem confiar

Todo amanhecer é pesado demais
Os sorrisos que me dão, posso confiar?
O que escondem de mim? Parece zombaria
Sozinho se vê
Já não sabe quem ser
E o alívio, onde encontrar?

'Vinde a mim', diz uma voz
Mas confiar não é opção
'Vinde a mim você que está cansado'
Sou eu, cansado e sobrecarregado
Mas há lugar onde descansar?
Há lugar em que meus músculos possam relaxar?
A respiração enfim pode acalmar?
'Vinde a mim.... Eu te aliviarei'
Essa voz... De onde vem?
A essa altura, quem olharia para mim?

Seu Pai!

Aquele que me roubou a alegria?
Um outro Pai
O Pai do Céu, o Pai Celeste
O Deus Pai
Aquele que é 'manso e humilde'
E ele é meu pai?
Sim, desde que você creu

'Ao que creu, deu o direito de ser filho'
Filho de Deus
E não há mais distancia
Vivemos como desprezados
Vestimos a história que o mundo nos impôs
Mas somos filhos
Filho amado, em quem Ele tem prazer
A quem muito ama

Com os olhos mergulhados na dor,
Somos cegos
Enterrados nas armadilhas das lembranças,
Nos fazemos prisioneiros
Mas na verdade, somos Filhos

Lança fora o que passou
Fora não...
Lança sobre Ele as dores
Ofusca o que ainda vê em casa
Desvia e olhar
E olha para Ele,
Corre para Deus
E se encontra nos braços desse Pai
Num abraço onde há amor
Onde há liberdade
E promessas fies!
Uma nova história!
Uma história de filhos,
De filhos amados.

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