Há algum tempo eu trouxe uma música do Estevão Queiroga, exaltando o amor de Deus. Mas não foi o bastante para que eu parasse de refletir a respeito dessa música. E me lembrei que toda situação tem dois lados, mesmo quando podemos ver o amor maravilhoso de Deus, há o alvo do amor, capaz de ter uma postura completamente avessa.
“Quando o pai se senta pra brincar com o filho”
Eu ouvi essa música incontáveis vezes, e só conseguia ver esse amor maravilhoso do Pai que se dedica em amor e atenção ao seu filho. Mas, e quando o filho não se senta ao lado de seu pai, para compartilhar nesse momento e sentimento?
Me surpreendi ao me ver nessa situação. Não tenho uma clara e real memória disso, mas por terem me contado, sei que eu era essa filha que se nega a sentar-se com seu pai, e aproveitar dessa construção de amor.
Eu era nova, uma criança com seus, talvez, dois anos de idade. Meu pai tentava chamar a minha atenção, conquistar-me para perto dele, mas eu me afastava, preferia brincar sozinha, a estar com ele. E eu tinha ali um pai, se dedicando, demonstrando amor, mas era uma criança, com o coração (por alguma razão) endurecido com relação ao meu pai.
E assim é o ser humano, e a razão é conhecida por todos, tem por nome pecado. O pecado transformou crianças puras e inocentes, em corações endurecidos, desconfiados, capazes de rejeitar o amor. Deus pai, desde a criação busca sentar-se com seus filhos. Adão, com a inocência de um coração puro, teve o privilégio de passar suas tardes com o seu Pai, caminhar com ele, conversar com ele, compartilhar do amor dele.
Mas o pecado nos rasgou a relação. Da mesma maneira que eu rejeitava o meu pai, um adolescente muitas vezes rejeita o conselho ou o carinho do pai, um jovem exige que seu pai “não se meta em sua vida”, e geração após geração, o homem se nega a sentar-se com o Pai celestial.
Deus nos chama para perto, ele nos busca. Ele nos dá noite após noite, um espetáculo de lindas e reluzentes estrelas e nos chama a prestar atenção, a calarmos e vermos o seu cuidado, mas nos negamos a dar-lhe a devida atenção. Ele nos dá relacionamentos com nossas familias e amigos e diz que é apenas uma amostra do que podemos ter com ele, mas o ignoramos mais uma vez. E até mesmo quando vamos à igreja, ele nos acompanha até lá, senta-se para nos ouvir, mas nos distraímos durante o louvor preocupados com o baterista que errou o ritmo, ou o cantor que falhou quando subiu demais numa nota.
Quando o pai se senta pra brincar com o filho, ele nos convida a sentar-se com ele, e aproveitar do derramamento do seu grandioso amor. Não continue a rejeitar o seu pai, e não escolha ser órfão quando há um Pai cheio de amor esperando por você. Sente-se com o nosso Pai, e o conheça, o sinta, o ame de volta.
Ariane Machado
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