A adoração está intimamente ligada ao altar. No tempo da lei, os filhos de Deus o adoravam através do sacrifício de animais num altar, ofertando-lhe um carneiro ou pombo, por exemplo, em gratidão ou remissão de pecado. Entregando a Deus como cheiro suave sua adoração.
Nos evangelhos, vemos que os judeus deslocavam-se em direção a Jerusalém para participar das celebrações e adorações do calendário judaico. Ainda no evangelho, no livro de João, capítulo 4, vemos que, diferente deles, o lugar de adoração escolhido pelos samaritanos era o monte Gerezim. No diálogo descrito nesse mesmo capítulo, Jesus fala que era chegado o tempo em que estar em Jerusalém ou no monte não fariam diferença, importa que o adoremos em espírito.
Ora, onde está o espírito? O que nos torna eternos e passivos de receber a salvação é justamente o espírito que há em nós. Entendemos, portanto, que o lugar físico é apenas um detalhe diante da adoração a Deus.
Algumas pessoas têm pregado que estar no templo não é importante, mas a bíblia nos adverte da necessidade de congregarmos, e estarmos em comunhão com os irmãos. Porém, é importante saber que a igreja não é para nós como Jerusalém ou Gerezim eram para os nossos antepassados. Na igreja há adoração sim, há louvor, há gratidão, mas não no altar de pedras no interior do templo, nela há adoração porque os adoradores estão lá, pessoas que têm um espírito que é o altar de Deus.
Em vez de pedras, fogo e um animal, Deus deseja receber as nossas vidas em dedicação e completa entrega a ele. O nosso viver é a nova oferta para Deus, é através da forma que vivemos que mostramos nossa gratidão a Ele, seja dentro ou fora do templo. Nossa vida de entrega a Deus não é vivida apenas nas horas em que estamos no culto, nem mesmo nos tantos serviços da igreja, sejam no templo ou na comunidade. Mas onde quer que estejamos, “quer comais quer bebais, ou façais, qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus”. (Coríntios 10:31)
O nosso espírito é o novo altar na nova aliança. “Nem nesse monte, nem em Jerusalém”, não na igreja, não na presença do pastor ou dos irmãos, mas em qualquer espaço físico no qual estivermos, o lugar de encontro com Deus é o nosso espírito.
Todo homem tem acesso ao Pai, quem quer que seja pode procurá-lo e o encontrará, basta que nosso espírito deseje encontrá-lo. É através dele que podemos cultivar uma vida em comunhão com o Senhor. Dedicando continuamente o nosso viver para uma vida com Deus. Para sermos verdadeiros adoradores.
E estar na presença de Deus não é qualquer coisa. Apesar de, talvez, o Deus que exigia diversos passos para a purificação e exigências para a santidade parecer mais flexível, devemos lembrar que o nosso Deus não muda, e o altar para a Sua adoração precisa de cuidados. Da mesma forma que Ele recusou o sacrifício de Caim (Gênesis 4) e a oferta de Ananias e Safira (Atos 6), Ele pode recusar a nossa oferta. Deus é o mesmo Deus Santo de outrora, e é necessário que busquemos santidade, e busquemos viver conforme a sua vontade para o adorarmos em verdade.
O altar da adoração de Deus em nossas vidas precisa, talvez, ser restaurado. Há quanto tempo você não o usa? Há quanto tempo tempos usado apenas o palco de nossas igrejas, pensando ser o altar? Nem em Jerusalém nem no monte Gerezim, Deus deseja ser adorado, louvado e estar em comunhão conosco através de nosso espírito e verdade, por uma vida de entrega a Ele, uma vida de integridade e sinceridade em Sua Gloriosa Presença.
Deus nos abençoe, e restaure e purifique o Seu altar em nossas vidas.
Ariane Machado
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