quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Conduzindo as características do amor

Como cristãos costumamos ter fácil identificação em alguns meios. Às vezes é fácil reconhecer até mesmo a que doutrina pertencemos. Algumas mulheres não usam calças, ou brincos, há regras contra maquiagem ou especificações até sobre o corte e cor de cabelo. Normas culturais mutáveis que envolvem o consumo de bebidas, o uso de tatuagem e o uso de brinco aos homens. Se cada igreja escrevesse cada uma de suas próprias regras seriam páginas e páginas, e ainda tem o que com o tempo se convencionou como coisa que crente não faz, e as leis da bíblia.

Algumas pessoas têm conhecimento da bíblia, talvez por ter crescido num lar cristão, ou ter bastante convivência com cristãos. Sabe a respeito da criação, do amor de Jesus, sua morte e ressurreição. Crê na veracidade da palavra de Deus, mas resiste em abrir mão de seus prazeres mundanos, de abrir mão de suas calças, brincos, cabelo azul, e bebidas.

Às vezes falo que o evangelho não é uma coleção de mandamentos. Regras que, por vezes, afastam as pessoas da igreja. Não pretendo descartá-las, mas quero nos lembrar de que o evangelho é sobre o amor. Os livros de Mateus, Marcos, Lucas e João falam sobre as Boas Novas de Cristo, é essa mensagem que Pedro, João, Paulo e os outros apóstolos pregaram nos tempos da igreja primitiva. É a notícia de um Deus que se fez homem, e desse homem que morreu e ressuscitou, e que nos chama, nos ama, e nos salva, que conquista as pessoas. É apresentar o Deus criador, salvador e consolador que faz as pessoas abrirem seus corações e se deixarem ser convencida e convertida pelo Santo Espírito de Deus.

O evangelho é sobre um Verbo, e esse Verbo é o amor. A mensagem central da bíblia é o amor. Deus é amor. E essa deve ser a mensagem que nossa igreja, nossos pastores, nossos grupos de evangelismo, e principalmente nossas vidas devem pregar. Antes de ensinar a uma pessoa sobre o novo guarda-roupas que ela precisa ter, precisamos mostrar o novo coração que temos.

A característica que deve aparecer em nossas vidas e levar outras pessoas a nos ver como cristãos é o amor. O amor de uma vida que recebe um amor muito maior que si mesmo, e que por isso se estende de nós aos outros. E como instrumentos nas mãos do Amor, amamos aos outros, com um coração que não está petrificado pela falta de perdão, por mágoas e rejeições, mas um coração que foi completamente amado, e foi restaurado, um coração que conhece o perfeito amor, e está aprendendo que o amor não tem porquês, desculpas, motivos, ou reservas, mas que deve ser destinado a todos, um amor que tem necessidade de ser compartilhado e que por isso ama sem discriminação.

A lei de Deus, entregue a seu povo através de Moisés não traz salvação, em vez disso traz condenação, pois ela nos apresenta onde estamos errados, e nos leva à consciência de nossas falhas. Muito menos as outras regras bíblicas que, por vezes, foram aplicadas a situações específicas, ou com o propósito de preservação do povo de Israel, e nada tem a ver com a vida eterna. Como poderiam leis humanas nos levar ao céu?

As regras não devem ser deixadas de lado, mas elas não devem ser postas em primeiro plano. O que Jesus pregou foi o amor. Precisamos abrir mão das diferenças que as leis trazem e amar sem desculpas, porque, inclusive, o amor não as aceita. O amor apresenta Jesus, e apenas Ele nos conduz aos céus. A prática das normas de Deus e da igreja deve ser consequência, não das cobranças e acusações que fazemos, mas do desejo que a pessoa terá em se adequar à vontade de Deus e as doutrinas às quais faz parte.

Se pregarmos regras, a vida cristã torna-se um fardo, um fardo pesado e indesejado. Mas quando alguém é conquistado pelo amor de Deus, ele vai se ajustar aos seus preceitos não porque apontamos quando erra, mas por causa do amor que recebe de Deus, e da resposta em amor que dá a Cristo, criando um relacionamento e intimidade. A pessoa que tem intimidade com Deus percebe quando suas ações ou pensamentos O desagrada, e a partir daí, afim de não desagradar a Deus, a Sua vontade será feita. E apesar de as regras da igreja não salvarem, se adequar a elas é adequar-se também às de Deus.

As regras não serão ignoradas, apenas deixará a função de ser um peso desagradável e será natural, porque faz parte das voluntárias decisões de quem deseja caminhar em comunhão com Deus, o alegrando. Por isso, em vez de gravar os dez mandamentos e todas as leis de levíticos, basta que amemos a Deus sobre todas as coisas, com todo o coração, toda a alma, todo o entendimento e todas as forças, e ao nosso próximo como a nós mesmo, aprendendo a assim como Cristo, viver em amor e ser parecidos com Ele.

Ariane Machado

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