quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Filho Amado

O que trago hoje é fruto de uma reflexão baseada numa música. Começo dizendo que esmiuçar e entender as músicas que tanto ouvimos e cantamos é muito importante, porque “abraçar” um estilo, música e cantor, faz deles um pouco representantes de quem somos, e quem ou o que tem nos representado se nem mesmo nós compreendemos o que ouvimos? Talvez distraídos por uma bela voz ou belos acordes...



A música que me inspirou é Filho Amado – Laura Souguellis. Ouvi essa música e me apaixonei por ela, e daí ouvi, ouvi, ouvi e ouvi até começar a cantá-la com propriedade. Nesse momento ela me trouxe um grande incomodo, questionamentos, e gerou uma pequena crise em mim.

Para começar, até onde eu sei, a única pessoa para quem a mensagem “És meu Filho amado em quem acho meu prazer” é dirigida, na Bíblia, é Jesus (No batismo em Mateus 3:17, Marcos 1:11 e Lucas 3:22 e mais tarde trazido à memória por Pedro em 2 Pedro 1:17). E daí eu me perguntava se o mesmo poderia ser estendido a mim, se não seria ousadia minha expressá-las.

Essas perguntas se dissolveram ao lembrar-me de que somos verdadeiramente filhos de Deus, filhos por adoção e graça, não só um nome ou fachada, mas filhos que Ele tomou para Si por seu imenso amor. A graça de Deus nos torna filhos dEle, o seu amor e o seu perdão nos levam para perto dEle por intermédio de Jesus, e ele nos aceita e nos torna filhos seus, filhos amados.

Entendido que esta palavra pode ser sim dirigida, por Deus, a mim, “és meu filho amado”, havia ainda um problema a me inquietar. Será que Deus tem achado prazer em mim? Eu não seria hipócrita por cantar isso? Como está a minha vida? E cada uma dessas questões devem fazer parte de nossas vidas. Será que Deus se compraz em nossas vidas?

Se sabemos que Deus se alegra com a vida que temos levado e podemos afirmar que sim, Deus tem prazer em nossas vidas, ainda assim não podemos nos gloriar de nós mesmos, mas buscarmos incansavelmente o aperfeiçoamento em Cristo, com vidas dedicadas a Ele em santidade. Devemos nos manter vigilantes para que no amanhã possamos reafirmar isso, a palavra de Deus nos alerta para que aquele que está de pé não caia (I Coríntios 10:12).

Entre os rituais sagrados do Antigo Testamento havia um altar que devia permanecer aceso por todo o tempo,  sendo posto novo combustível constantemente impedindo que se apagasse (Levíticos 6:12). E dessa forma deve ser o altar que é a nossa vida, com constante manutenção e vigilância para que não se apague. Porém, se essa chama já não existe em nós, devemos reacendê-la enquanto o noivo não chega, e Ele vem e é chegado o tempo.

E se a certeza de que nossa vida está alegrando ao coração de Deus nunca esteve em nós, precisamos correr hoje enquanto há tempo, e rever nossas vidas, o que nos impede de agradá-Lo, o que há em nós que entristece o nosso Pai, e busquemos corrigir, para sermos achados agradáveis aos olhos do Pai e o contentarmos com o nosso viver.

Nós, toda a igreja de Cristo, precisamos ser filhos amados em quem Ele acha prazer, e daí cantemos e vivamos assim...
"E eu irei por aí / Levando essa identidade / E eu irei por aí / Sabendo ser amado de verdade / E eu irei por aí / Sabendo que se eu venho e vou / Num só lugar estou, guardado em Teu amor
Sou teu filho amado / Em quem achas teu prazer."


Ariane Machado

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