Quase abandonei "Quando um Judeu governar o mundo" de Joel Richardson para reler "A seleção" de Kiera Cass. Mas li o bastante de Joel para ver comunicação entre os dois livros. Não seria estranho encontrar vestígios bíblicos num livro escrito por uma cristã, afinal, um historiador não conta uma história sem a sua própria. E eu tinha acabado de ler um capítulo em que Joel fala sobre o reino de Justiça que há de vir e que o Rei Jesus estabelecerá sobre nós, quando vejo Kiera apontando pra a justiça na idealização de reino por America e Maxon (especialmente ela).
Mais do que um céu com pessoas de branco, nas nuvens que cantam toda a eternidade, a bíblia nos promete e nos aponta um Reino que nos sacia de maneira muito mais íntima e pessoal. O reino de Jesus, a herança de Davi, num reino justo (Sl72.13 - Is11.4/42.1).
A maioria de nós temos sede disso, justiça! E seremos saciados (Mt5.4). Ansiamos pela justiça que achamos merecer. Às vezes buscamos fazer justiça com nossas próprias mãos, nos revoltamos exigindo que a justiça seja feita ou que sejamos tratados justamente. E Joel nos lembra o valor da justiça para Jesus, nos lembra do Jesus Justo que promete um Reino justo, um reino no qual o humilhado é exaltado (Mt23.12), os injustiçados são vingados e o injustos paga. Uma esperança que sacia o desejo mais intimo do ser humano. Porque Jesus ama a justiça.
Mas o que América tem a ver com isso? Bom, a personagem América é como a maioria de nós, amante da justiça, quando América se descreve, a busca por justiça é uma de suas mais necessárias informações.
Porém, indo mais profundo, América se percebe ansiada para a coroa por um punhado de grupos oprimidos, os empregados, os rebeldes insatisfeitos com os desmandos do rei, as castas oprimidas a desejam por rainha, e até possíveis aliados porque America é justa. O desejo de todo súdito é por justiça, pelo reconhecimento do seu esforço, merecimento, e até penas justas, um reino justo.
Mas há ainda mais. Todos olham para aquela garota ruiva com expectativas porque ela viveu a injustiça, ela socorria o faminto porque ela passara fome antes. America tinha misericórdia pelo que sofria uma pena pesada demais porque ela viu a dor nos olhos de uma criança a quem amava ao sofrer um castigo desproporcional. Porque ela sentira em seus sonhos, em seu trabalho, em sua falta de estudos o peso de escolhas que não foram suas, consequências injustas impostas sobre a maioria.
E nestes pontos, eu vejo América apontando pra Jesus.
Quem lê os livros sequentes logo percebe que todo amor de América pela justiça não foi suficiente para ter um reino em plena paz. Que conhecer as dores dos seus sulditos não a tranformou em uma monarca perfeita. Mas America é talvez uma sombra, uma seta que aponta para aquele que é perfeitamente justo, sem falhas, sem enganos, Jesus é imutavelmente justo.
E quanto às dores, a Bíblia nos garante que Ele é o Sumo Sacerdote que padeceu sendo o próprio sacrifício, Ele é o Rei que, na posição de servo (Filipenses 2), conhece as nossas dores (Hebreus 2) e sabe o que é padecer.
América nos lembra da desejada justiça, e que queremos muito mais do que ela e Maxon podem oferecer em seu reino, mas que Cristo nos garante na eternidade com ele, em seu Reino eterno, justo e de amor.
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