quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Reflexo do amor


Escolhemos feriados para movimentar nosso comércio, ainda que haja bons motivos para os estabelecer, em nossos anos os motivos são esquecidos e a única intensão é encher o consumidor de ofertas e a obrigatoriedade de oferecermos um presente.

Mas talvez a data comemorativa em que o comércio é mais fraco é o que aconteceu na última semana, o segundo domingo de agosto. As vendas de agosto em nada se comparam com as vendas de maio, quando todo mundo vai para as ruas e não deixa de encontrar um presente para sua mãe. Mas em agosto, o feriado chega com menos força, o dia dos pais é esquecido por uns, ignorado por outros, vivido quase forçado por outros tantos.

Claro que existe relações admiráveis, filhos que fazem questão de mostrar sua gratidão e amor por seu pai nessa data e em todo o ano. Heróis da infância que perduram como um homem admirável para seus filhos, por toda a vida. Filhos que choram a ausência de seus pais, mas com gratidão no coração pelos muitos “segundo domingos” que passaram com ele.

Mas não se pode negar que a figura do pai foi bastante prejudicada por algumas falhas recorrentes dessa classe. Não quero fazer um texto sobre o dia dos pais lembrando aos pais suas falhas, quero apresentar aos filhos um outro pai, ou lembrar-nos de uma outra figura paterna.

Creio que a família e os demais relacionamentos foram criados, principalmente, para através deles, termos um vislumbre de Deus. O amor de uma mãe, refletindo o amor mais próximo ao que Deus dedica a nós; na confiança de um amigo, um pouco do quanto Jesus quer ser nosso amigo; nos conselhos dos avós, a sabedoria de Deus.

Mas, e o pai? O pai que em muitas relações não é ninguém além do provedor, o pai que, às vezes, sabe usar apenas sua força e poder. Pais que em nada refletem quem Deus quer apresentar a nós. E então, crescemos filhos que não conhecem o amor do pai, e têm dificuldade em aceitar o amor do Pai Celestial.

Ah, mas tem pais que sabem ser canal do amor do Pai, que dão algumas das melhores lembranças que um filho pode ter, que geram os melhores sentimentos, blindagens para as dificuldades que hão de vir, autoridade para enfrentamentos futuros. Pais que geram aos filhos, maturidade emocional para serem pais ou mães capazes de refletir o Pai celestial.

O Pai que é perfeito, que aos filhos que têm um bom pai se revela diariamente, no amor, no cuidado, no carinho, no abraço. E aos que tem se decepcionado com seus pais terrenos e neles em nada encontra o Deus Criador, Ele se revela, trazendo a todos a possibilidade de uma adoção, não de papel, não mudando de nome, sem mudar de casa ou de família, mas manifestando sua graça salvadora, seu amor acolhedor, criando um recomeço, uma nova história de aconchego, tirando os medos, a rejeição, a imaturidade emocional e tudo que pode ser causado pela ausência desse amor. Sendo Pai, sendo amor.

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