A redação do enem, realizado no último fim de semana, tinha como proposta o desenvolvimento de caminhos para combater a intolerância religiosa, e certamente as discriminações e crimes de ódio que têm como motivação a diferença de credos.
Eu não tenho uma resposta que abrace a toda a sociedade. Não tenho uma proposta social para resolver esse problema. Eu também não tenho conselhos que satisfaçam aos espíritas, budistas, islãs e às mais diversas crenças, porque na verdade eu pouco conheço delas.
Mas eu conheço a cerca do evangelho, me entristeço em saber da triste realidade, que é a presença de muitos que levam o nome de cristãos nos índices dessa prática. Sejam em conflitos como os que geraram a divisão das Irlandas, ou nos mais sutis comentários e comportamentos segregando aqueles que têm a fé firmada em outrem que não Jesus, nosso Salvador.
O caminho para que não haja intolerância é também o centro do evangelho, o sentimento mais precioso e que é também o motivo da nossa salvação. O sentimento que o próprio Deus é, e por meio dele desenvolveu o plano de salvação para a humanidade. Eu falo acerca do amor.
Pelo amor de Deus por nós, recebemos hoje o dom da salvação. E vendo e aprendendo desse amor, Jesus, a personificação do amor, nos ordena apenas duas coisas. E sobre elas está firmada o evangelho. 1. Amarás a Deus sobre todas as coisas. 2. Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O segundo mandamento não impõe condições, não é se ele estiver na mesma igreja que nós, nem mesmo sob a mesma fé.
Ame ao ser humano como você se ama, diz o mandamento. Ame aos cristãos como a si mesmo, ame aos islãs como a si mesmo, ame aos judeus como a si mesmo, ame também aos de religião afro descendente como a si mesmo, ame ainda os budistas como a si mesmo, e aos seguidores de toda e qualquer crença como a si mesmo e, não menos importante, ame aos que em nada crêem como a si mesmo.
"Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor" ( I João 4:8) E de forma inversa, quem conhece o Deus do amor certamente ama. É claro que não amamos automaticamente ao conhecermos Jesus, mas conhecer a imensidão do seu amor, perceber a grandeza do amor que recebemos dele, nos leva a transbordar desse amor. E portanto amar. Amar a cada uma das pessoas supracitadas. Não compartilhar da fé delas, não participar de seus rituais, nem mesmo deixar de buscar alcançá-las para Cristo. Mas não por meio de acusações, não se achando superior, ou ainda implicando com suas práticas. Mas amando.
Talvez não com o seu próprio amor, porque, às vezes, simplesmente é difícil demais, mas com o amor do Pai. Apresentando o Pai. Compartilhando o Pai. Quem sabe sem palavra alguma, mas amando em ações, dividindo, perdoando, compartilhando, exalando a bondade, a doçura, a mansidão, a graça de Cristo.
Não resolvemos assim nenhum problema do Brasil, mas eu e você estaremos fazendo a nossa parte, e sendo tolerantes como o país espera, e amorosos como o Senhor ordena.
Ariane Machado
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