Como posso eu conter Tua presença, se nem mesmo os céus e terra Te contêm, pois tamanha é a sua grandeza. Não se limita a terra nem aos céus, nem mesmo está contido na eternidade, mas a eternidade se faz pela incapacidade do finito em comportá-lo. Falo a respeito do Grande Deus, o criador dos céus e da terra. A ciência nos diz que o universo se expande, desde o dia primeiro da criação até hoje ele não se aquietou. Quem sabe procurando ascender em infinitude para ser morada de seu grandioso criador.
Criador de tudo o que há, arquiteto da Terra, de tudo que se esconde em suas profundezas e do que se expõe ao seu redor. Projetou também seu satélite, a Lua. Cada companheiro da Terra em nosso sistema, cada planeta e mais satélites, a estrela chamada Sol que os ilumina e os centraliza em seu redor, e ainda a força gravitacional que mantém a harmonia e organização de seu projeto. Como se não bastasse a vastidão, há outras estrelas e constelações, algumas centralizadoras de mais outras galáxias, com seus mais planetas e satélites. E tantas outras coisas que se estendem pela imensidão do universo.
O autor de tudo isso é no mínimo maior que qualquer uma dessas coisas, mais forte, mais poderoso, mais glorioso. Mas é autor também de criaturas de grandezas completamente opostas, se as crateras da lua ou os montes da Terra não são menores o suficiente, Ele investiu sua criatividade ainda em animais de tamanhos e naturezas distintas, fazendo conhecer também o seu talento em composições, dotando pássaros com cantos dignos de admiração, cantos orquestrados toda manhã e entardecer em Seu louvor. Criaturas ainda menores e mais delicadas são as flores, e com os mais variados sabores fez também os frutos. E em razão do amor que, em sua imensurável sabedoria e transcendência temporal, já tinha por nós, coroou a criação formando o homem. Não tão frágil como a flor, porém minúsculo, um nada se comparado ao universo. E incrivelmente, em nós fez casa.
"E teria eu algum lugar em mim que receba um Deus assim?" Além de apenas barro, somos incrivelmente pequenos. Mas não basta a nossa pequeneza, somos ainda sujos, maculados pelo pecado. De cima a baixo, por toda a parte. Sejam os olhos que insistem em olhar coisas que nos afastam da santidade de Deus, ou que retornam para o lugar de onde saímos, mesmo tendo sidos alertados a não olhar pra trás e não voltar ao vômito... Ou a boca que não consegue controlar a língua, bocas cheias de palavras torpes, ou que insistem em murmurar. O que falar das mãos, que por vezes até nos envergonhamos ao cantar "levantarei mãos santas"? E os pés que nos levam a caminhos distantes de Deus. Mentes que transbordam de pensamentos impuros, e maldosos, ou não estão assim tão cheios, mas têm em si um cantinho para eles. E o coração que não liberou perdão e guarda mágoas e rancores. Que lugar no ser humano é digno do Deus Santo?
Por certo nenhum. Mas Deus se derrama em nossas vidas. Derramou do seu sangue, na pessoa de Jesus, e com ele nos lavou, e Ele já não vê as marcas do pecado, mas vê o Seu precioso sangue sobre nós. E Ele derrama de sua graça, que supera toda falha e nos enche e transborda em nós, e nos dá aquilo que não merecemos e não conquistamos, seu espirito, sua vida abundante, sua presença. E apesar de pecadores, somos pecadores remidos. E mesmo depois de tantas mentiras, Ele vê verdade em nós. E em meio aos nossos erros diários, Ele vê santidade. E se derrama incessantemente dentro de nós, e nos faz transbordar. Transbordar do seu amor, de sua paz, alegria, mansidão.
E nós, vasos antes rachados, transbordamos de Deus. Transformados de nada em nós mesmos, a santuário, morada de Deus. Indignos de qualquer coisa, com o prazer de estar em Sua presença, O temos contido em nós, santuários cheios de Sua glória.
Ariane Machado
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